



Chamámos um Uber na Amora. Era assim que podíamos ter nomeado este artigo, mas optamos por algo mais simples. Muito se tem dito sobre esta plataforma de transporte, com as polémicas associadas às condições legais em que operam e o confronto constante com os táxis e restantes semelhantes. E porque é que falamos da Uber? Porque foi esta plataforma que inspirou este projecto. Mas fiquem descansados que ficamos por aqui nessa temática tão delicada da atualidade. É comum nos projectos de personalização automóvel a utilização de determinadas marcas da sociedade para «trocadilhos» mais ou menos felizes quando se nomeia o projecto. Sim, também é comum dar-se nomes aos projectos que se produzem, de forma a que essa personalização seja ainda mais… única, digamos. Para muitos, esses mesmos nomes tornam-se meios de identificação numa comunidade e é frequente vermos em chats ou páginas da internet, principalmente nas redes sociais falarmos do projecto «X» em vez do Volkswagen Golf MK… certo?

Ub-air. Do inglês Uber e Air, substantivo nominativo deste projecto. Torna-se fácil perceber pelo nome (se não chegaram lá pelas fotografias) que este artigo diz respeito a mais um projecto cujo estilo é garantido pela utilização de suspensão a ar, garantindo um rebaixamento máximo quanto permitido pelo próprio automóvel. E podemos começar já por essa mesma alteração, tão em voga nos dias de hoje e que se torna já habitual na maioria dos projectos por nós fotografados e analisados. Neste Golf MK6 a escolha recaíu sobre a suspensão AirLift 3P preparada e gerida pela A2K, nome associado a muitos outros automóveis na nossa galeria de projectos. Este sistema de suspensão permite, como já referimos antes e noutros artigos, que o automóvel apresente o melhor de dois mundos: um rolar baixo mas confiante e quando necessário, uma altura ao solo confortável para não «estragar» componentes. A magia dos bags continua a ser uma obrigação em muitos dos bons projectos por cá.






A fazer companhia a esta suspensão na ligação ao solo está uma das últimas novidades (e que nos fez re-agendar a sessão fotográfica): as jantes. Em questão, as fantásticas OZ Ultraleggera HLT de 20 polegadas com centros de aperto central (vulgo centerlock), envoltos em pneus 225/30 R20. A bonita cor antracite com que se encontram pintadas realçam as formas dos raios e assegura um contraste importante com os restantes componentes e claro, com a carroçaria do Golf, sem cair no abuso de cores mais berrantes. Aqui, tudo está conjugado na perfeição para garantir um aspecto final clean e ao mesmo tempo desportivo e que chama a atenção. Por dentro das jantes, salta à vista a travagem do modelo topo-de-gama, o Golf R, que no eixo frontal tem 345mm de diâmetro e atrás 323nm; pinças pintadas num bonito tom de azul-celeste, tal como outros detalhes.





Afastamo-nos um pouco para admirar o todo deste projecto e quando o fazemos, abrimos mão do sossego em que nos encontrávamos, a admirar a baía do Seixal e claro, somos abordados por transeuntes que vêm o seu dia-a-dia interrompido por um «automóvel tão baixinho» ali parado. As perguntas multiplicam-se a nós e ao David, dono deste GTD, sobre o projecto. As clássicas questões do «como anda assim tão baixo» ou »este é o topo-de-gama da Volkswagen não é?» alternam com períodos de silêncio em que entendemos que este estilo de automóvel cativa os olhares mesmo daqueles fora deste «mundo». Aproveitamos que continuamos com «mirones» para fotografar alguns detalhes como os emblemas da Volkswagen e o logo GTD, pintados em cores baças e com o fundo em carbono, no caso do emblema VW.






Mas o exterior é mais do que esses detalhes. A frente e traseira do modelo GTD ganha mais imponência com acrescentos em carbono. Na frente é o lip inferior que ganha destaque e aumenta a agressividade deste modelo. Ligeiramente mais saliente que o resto do pára-choques, é algo que deveria ter saído de fábrica neste modelo mesmo em carbono. Isso e as grelhas em preto acetinado e os faróis de nevoeiro escurecidos. Tudo itens que assentam brilhantemente neste Golf. Na traseira, é esse elemento da tabela periódica que continua a fazer-se sobressair, nomeadamente no difusor que integra as duas saídas de escape em inox. Apesar de ser um diesel, este Golf tem uma sonoridade bastante interessante e custa até a acreditar que não é a gasolina. Ainda na traseira, destaca-se no vidro o autocolante da Autoperfection, marca que fornece os produtos de limpeza que garantem que este GTD está sempre em estado de concurso. Temos de referir ainda os farolins em led e os reflectores escurecidos, algo que poucos se esquecem de dar atenção.



As laterais ganharam um aspecto mais musculado com as saias laterais do Golf R. Essas, juntamente com as jantes e o sistema de travagem e com o rebaixamento que os bags conseguem, promovem uma excelente postura a este Golf. A risca azul com a inscrição Ubair completa o cenário e faz sobressair o estilo que se pretende neste Volkswagen, fazendo uma ligação segura entre a traseira e a frente. Outro detalhe interessante e em carbono claro, são os espelhos laterais que, numa vista frontal, ficam fantásticos.





Aproveitamos o local onde nos encontramos para mudar o Golf de ângulo. Colocamo-no na rampa de acesso ao rio Tejo para umas fotos ao interior. A qualidade deste interior merece um destaque à séria. O cuidado na execução, quantidade de alterações e o estilo seguido fazem um casamento perfeito entre exterior e interior. Também aqui o carbono é rei, juntamente com os apontamentos azuis. Frisos das portas e tablier em carbono contrastam impecavelmente com a alcântara que abunda um pouco por todo o habitáculo, nomeadamente no volante, nos bancos da frente com o formato de losanglo e nos apoios de braço, sempre a contrastar com os pespontos azuis.







Sentados no local do condutor, sentimo-nos realmente bem. Conforto, luz e qualidade são três características que bem definem este interior. Até a chapeleira foi alvo de retoques, tendo sido forrada como o restante: alcântara e perspontos azuis em losanglos. E por baixo da chapeleira, o sistema de controlo e gestão da suspensão a ar, em exposição como todos os que temos visto até ao momento. O tanque do ar comprimido pintado no mesmo tom azul dos restantes detalhes, com a insígnia «Ubair» e mais abaixo, uma bonita placa personalizada da Airlift, também em carbono.





É fácil de resumir este projecto. Estilo OEM plus, azul e carbono. Um pouco por todo o carro, estes três itens estão presentes e fazem uma ligação perfeita. Mais do que isso, deixam transparecer o cuidado, a atenção ao detalhe e o gosto que o David tem no seu projecto. Poisamos a câmera um pouco na bagageira do nosso carro e apreciamos o carinho com que o dono deste GTD olha para o seu carro, para o seu projecto e a forma como arruma as coisas e prepara o carro para as fotos em andamento não nos deixa mentir.






Bem, fotos em andamento é coisa que não nos falta neste artigo. Difícil foi mesmo escolhê-las, dado que este Golf é muito câmera-friendly. A rolar, este GTD cativa mais uma vez, pela forma como tudo se conjuga: a altura ao solo, as Ultraleggera que mostram o azul das pinças R de forma contínua e a postura em estrada. Tudo junto, deixa-nos bastante animados com o resultado final e justifica as horas passadas em torno de tudo o que significa este artigo. É uma espécie de agradecimento a todos aqueles que, tal como o David, nos colocam nas mãos a responsabilidade de imortalizar o seu automóvel.




