
O Salão Motorclássico de Lisboa, que decorre habitualmente no início de Abril na Feira Internacional de Lisboa, vulgo FIL, marca para muitos o arranque dos eventos automóveis em Portugal. Apesar da existência de vários eventos, na sua maioria desenvolvidos e combinados através de redes sociais, este Salão demarca-se desses mesmos eventos pela organização e localização. O Salão Motorclássico reúne num pavilhão automóveis clássicos de particulares ou stands, alguns para apenas serem vistos mas a sua maioria para venda. Sim, é um Salão automóvel mas mais parece a versão live do OLX. E isso é negativo ou positivo?










Na nossa opinião este Salão tem muito mais para oferecer do que aquilo que realmente mostram ano após ano. Os 10€ de entrada (bilhete normal, de adulto) parecem excessivos tendo em conta que cerca de 50% dos veículos expostos são os mesmos de eventos anteriores, com preços mais ou menos escalados comparativamente aos outros anos. Ainda assim, vale a pena a visita para conhecer o espólio de alguns stands da área de Lisboa e arredores. Notámos a ausência de alguns nomes, que marcam tradicionalmente presença, e que associamos de imediato ao decréscimo assumido de investimento na mostra ao público – cada vez mais, a venda de automóveis clássicos passa pela consignação e orientação online, seguido de acompanhamento do processo de aquisição, o que torna a «arte» de comprar e vender um clássico cada vez mais personalizada e menos global e logo, menos «de salão».





De bilhete em punho, entrámos no Salão. Damos uma primeira volta de reconhecimento e para perceber onde temos de focar mais as nossas atenções. É engraçado vermos, ano após ano, a presença de veículos que passaram pelas lentes da All Wheels Photography em sessões particulares. Este ano, foi o Pontiac KITT que figurou bem recentemente no nosso website. Continuamos a nossa volta de avaliação e é fácil perdemo-nos nos veículos expostos. A exposição «70 Anos Porsche» ocupa a zona central do pavilhão e apesar dos veículos escolhidos pecarem pela falta de «raridade», acaba por ser interessante de acompanhar, dado que podemos ver no mesmo local a evolução da marca de Estugarda (embora nos tenhamos concentrado no fantástico 356 e no 996 GT3 RS que estavam mais ao lado).









Perdidos pelo Salão, encontramos excelentes exemplares. Destacamos o BMW 2002 Turbo e o E30 M3, quase lado-a-lado. Também o Thema de motorização Ferrari e um elegante Corvette chamam por nós e pelas nossas lentes. São também vários os grupos automobilísticos que conseguiram alugar um pequeno espaço no recinto, tenham eles origem nas redes sociais ou nas próprias marcas. Destaque ainda para as várias actividades associadas ao evento, como passeios temáticos, leilões de automóveis e automobília e claro, as várias bancas de «velharias», colecionáveis e artigos relacionados com o automobilismo.










Depois do almoço tomado, damos mais uma volta e tristemente percebemos que já vimos tudo. Apesar dos destaques que referimos (poucos, é certo), sentimos que faltam ali vários automóveis que vemos em determinados eventos. Aliás, concluímos que é bem mais fácil «lavar as vistas» num evento do Sintra Clássicos, por exemplo, onde os automóveis presentes são mais em número, em qualidade e em raridade, se é que pudemos caracterizar assim. Não nos interpretem mal, foi uma manhã e início de tarde bem passados, mas falta algo para que possamos dizer que é um evento imperdível. Para já, é apenas mais um, pago e que custa a justificar a deslocação até ao recinto.
