Midnight Blue R

        No dia em que atingimos os 4000 seguidores no nosso Instagram (para quem não nos segue, o valor para nos seguir é de 0 (zero) €, logo tratem disso, ok?), iniciamos este artigo sobre um projecto que nos deixou boquiaberto e que venceu um dos últimos concursos que organizámos na referida rede social. Mais vos dizemos sobre esse concurso, pois este Golf MK7 R bateu nas rondas de votação, carros como Porsche 997 Turbo S, Nissan GTR e outros «aviões». Não menosprezando todos os quase 50 participantes, este Golf foi, em cada votação, reunindo fãs e aficionados que se mostraram no dia em que fizemos a sessão que aqui vos trazemos, ao espreitarem o Live. Mas mais do que falar do que se passou para termos este Golf no nosso portefólio, vamos falar sobre ele.

        Com as fotos que viram até este momento, já perceberam que não estamos perante um modelo original, digamos, «stock». Bem, basta olhar para o cantinho ali em cima que denunciamos logo a ideia deste artigo, que é mostrar mais um excelente projecto que apesar de ser feito numa base que a maioria defende que já é muito boa, há sempre coisas a melhorar e a aperfeiçoar e principalmente, a personalizar, ideia bem presente na mente do dono deste Volkswagen que no dia em que nos reunimos no tribunal de Sintra, já aguardava por mais peças e novidades que podem espreitar no seu perfil do IG nomeadamente detalhes em azul e o volante forrado em alcântara. Mas já voltaremos ao interior que, como é apanágio nosso, merecerá um parágrafo dedicado.j

      Vamos poupar-vos aquela parte do artigo em que falamos da história do modelo e etc, pois andamos numa vaga de Volkswagen’s e como tal, não queremos cair no aborrecimento e provocar em vós, leitores fiéis, vontade de fazer aquele scroll down muito rápido e não ver as fotografias que fizemos numa tarde muito primaveril, com direito a experimentar os 300 cavalos e 380 nm de binário do motor 2.0 TSI deste R que, vos dizemos já, aliado à linha de escape artesanal de 76 mm em inox, causa uma «comichãozita» no tímpano quando vamos lá dentro, a puxar pelos cavalos todos. Felizmente há uma forma de acalmar o som grotesco mas tão viciante que este Golf consegue emitir, pelo menos de forma a que quem vai atrás consiga ouvir o que o condutor e pendura vão a dizer.

      E já que começámos pelo capítulo dinâmico deste Golf 7 R de 2016, temos de afiançar que cada vez mais acreditamos que a vida em carros de tracção integral é muito viciante, mesmo. Aquele «pontapé nas costas» acompanhado do «puxão» que nos parecem dar nos ombros é uma sensação tão interessante que nos deixa com vontade de sermos um pouco selvagens quando chegamos aos nossos próprios carros mas… lá nos cai a «ficha» de que temos de ser civilizados e principalmente, que não temos carros de tracção integral com 300 cavalos. Mas, malta que nos lê, não estamos fiel e totalmente entregues a estas formas de entrega de potência, aliás cada veículo e forma como a potência chega ao alcatrão é tão única como as sessões fotográficas que fazemos logo, cada um tem um lugar especial no nosso coração (e portefólio).

     Habitualmente não começamos pelo componente dinâmico, mas ter um 2.0 TSI aliado a um escape artesanal e à maravilhosa caixa DSG de 6 velocidades fez-nos filmar o passeio que demos pelas imediações do Tribunal de Sintra mas que, por razões óbvias, não colocamos aqui. Mas o que vamos colocar online (aliás, já o fizemos), é o fantástico vídeo que o David Tomás da ishootcars que aproveitou a nossa sessão para filmar um de nós a trabalhar e claro, as posições pouco ortodoxas também ficaram registadas. Bem, o esforço vale sempre o resultado obtido quando editamos as fotografias. E até vamos deixar já aqui o vídeo para vocês espreitarem… mas ainda não acabámos, continuem a ler!

      O sol abria cada vez mais entre as nuvens e ameaçava «atrofiar» as cores, dado que este Golf tem um tom azul profundo e extremamente brilhante e bem detalhado e cuidado. O Midnight Blue que veste este Golf torna-o agridoce para as fotografias. É um deleite de fotografar mas ao mesmo tempo, requer muita atenção aos ângulos, à incidência da luz e cenário que escolhemos e principalmente, pede extremada atenção na edição, para não desvirtuarmos o que queremos mostrar, que neste caso é um espetacular Golf R. Mas entremos então nos detalhes que fazem este Golf se destacar dos restantes Volkswagens e claro, dos irmãos R.

      Regressamos às origens neste artigo com a nossa «análise» detalhada e fraturada por secções, para que possamos falar-vos (ok, escrever) em pormenor cada modificação realizada e claro, focar-vos para o que faz deste Golf R um veículo muito especial e que, recordamos, venceu um dos nossos últimos concursos. A frente deste pocket-rocket é cartão de visita para quem o vê. Apesar de poder ser confundido com as versões banais com kit R-line, rapidamente e ao nos aproximarmos tomamos atenção às generosas entradas de ar nas extremidades do pára-choques que, como outros detalhes, estão pintados em preto-brilhante. Começam aqui também os apontamentos de destaque da marca Maxton Design, cujo kit de lips foi instalado na totalidade. Nesta zona, contamos com um generoso apêndice inferior que acentua a desportividade deste Golf. E claro, no topo-de-gama do pequeno familiar da marca alemã, não podiam faltar os faróis em xenon/led.

     E se a frente deste Golf denuncia os seus propósitos na estrada, na lateral o assunto não esmorece, embora haja um par de portas extra, que lhe confere aquele ar mais familiar, se assim lhe podemos chamar. No entanto, o factor desportivo não está esquecido e voltamos à marca Maxton Design que assina os extensores de embaladeiras, iludindo acerca da altura ao solo deste Golf, que já não está também original, dado que este Golf tem colocadas umas molas VWR. Claro que os vossos olhos já se desviaram para o eye-candy que são as fantásticas jantes Veemann V-FS25, maquinadas num alumínio perfeito que calçam uns essenciais Goodyear Eagle F1 nas medidas 235/35 R19. Os travões são os originais que, para condução diária e um pouco mais apertada em estradas sinuosas não mostram qualquer fadiga e mesmo quando surge um obstáculo em que os piscas laterais dinâmicos em led têm de ser accionados, este Golf mantém-se nos eixos e controla bem estas situações.

       Se conseguirem acompanhar este R na estrada, uma das zonas que mais lhe vão ver e apreciar é a traseira. E aqui tanto a Volkswagen como o dono deste Golf não mediram esforços para proporcionar uma agradável experiência visual (e claro, auditiva). A versão R equipa quatro generosas ponteiras de escape que, neste caso, são já diferentes das originais, e em inox. A emoldurar estes quatro centros de voz, temos um difusor preto-brilhante que mais uma vez conta com extensores e detalhes da Maxton. E se olharmos para a outra extremidade desta secção, vemos o pequeno lip no spoiler do Golf R, um detalhe pequeno mas que faz toda a diferença. Tal como nas restantes iluminações, também os farolins deste pequeno desportivo são em led, para otimização da segurança, principalmente em condução noturna.

     Aproveitando a sombra proporcionada pelo edifício que usámos como cenário, focamo-nos no interior, onde o preto e azul são dominantes e contrastantes, sem cair no exagero. A qualidade a bordo sente-se e respira-se com os bancos integralmente em pele a mostrarem que apesar de excelentes no apoio lombar e de pernas, também ajudam a manter a saúde da coluna vertebral em viagens mais prolongadas. Se nos sentarmos ao volante, somos invadidos pela ideia alemã de eficiência na condução. Tudo está focado em quem comanda o veículo e até a consola central e o rádio mostram uma ligeira inclinação para o condutor. O volante de base plana (ainda que discreto) tem uma pega firme e contem botões para praticamente todas as funções a bordo. Atrás deste, destacamos as importantes patilhas em alumínio azul que permitem o uso mais incisivo da caixa DSG. O espaço a bordo é o habitual destes modelos, sentando-se confortavelmente dois adultos atrás, sendo que o terceiro irá um pouco apertado, devido à subida do túnel de transmissão e ao sistema de tracção integral.

     Acabamos este artigo conforme começamos: a falar da dinâmica deste Golf. Não é muito usual sermos levados a passear para descontrair depois das fotografias. Habitualmente ficamos a conversar um pouco sobre o carro (ou mota…) e a perceber os motivos de determinadas opções de modificações ou o porquê de ter escolhido este ou aquele veículo. Mas com este Golf R, passámos à acção e fomos percorrer a A16 para algumas fotos em andamento, onde temos de agradecer a paciência do David para nos servir de Uber-câmera e no fim, após uma breve pausa para café, passamos então para o Golf R para aquilo que descrevemos como uma experiência global para todos os sentidos e que podem ler nos terceiro e quarto capítulos deste artigo. E esperamos que não estejam fartos de Volkswagens pois em breve há mais! Stay tuned.