GTI Tour Guide

      Finalmente, Coimbra! Perdoem-nos os restantes pelo início do artigo com tamanha efusividade mas tínhamos nos nossos objectivos fazer uma sessão fotográfica em Coimbra, cidade do conhecimento e das Universidades, onde a cultura ocupa grande parte da vida da sua população. A cultura que temos em mente neste artigo não é bem a aprendida nas Universidades, mas também se aprende e até se ensina. Aliás, essa vertente de ensino está patente em todos os nossos artigos pois além das fotografias que tiramos, o texto tem sempre o seu lado de informação. Mas se nos seguem desde o início, certamente já perceberam isso. Ora combinada a sessão fotográfica, e com a informação que seria feita em Coimbra, nada melhor do que chamar um guia local para nos fazer uma visita guiada pela Cidade. E pelas fotografias, achamos que não ficamos nada mal servidos.

A primeira paragem foi junto ao Mondego, no jardim da cidade.

 

 

  Uma tarde chegou para as fotografias mas foi curta para conhecermos a cidade. Entre os vários locais por onde estivemos a captar as imagens que vos trazemos, o João, dono deste GTI, levou-nos por ruas e vielas da cidade de Aeminium (nome da cidade do período romano onde agora se situa Coimbra) de forma a conhecer melhor os recantos de tal histórica cidade. Capital de Distrito à beira Mondego plantada, encerra longos séculos de história barroca e dos tempos idos da monarquia portuguesa. Cidade muito rica em nacionalidades graças aos intercâmbios e cursos disponíveis na Universidade, emana em cada estátua e em cada candeeiro a sua história. A ideia primária para as fotografias era mesmo o claustro e praça principal da Universidade, situada na cidade velha, preservada desde a época medieval que com os seus recantos palacianos, encerra uma beleza ímpar. Contudo, e devido a restrições de circulação, tivemos de nos contentar com outros recantos.

     Começamos a nossa visita guiada nos jardins junto ao Mondego onde muitos transeuntes aproveitavam os mais de 30 graus para se refrescarem nas sombras das árvores. Dado que o calor era muito, fomos conhecendo melhor a história deste Golf GTI de forma a nos distrairmos do calor sentido. Carro de sonho para muitos, e também para o João, este Golf GTI da quinta geração simboliza o auge da primeira década dos modelos desportivos da Volkswagen, apenas superado pelo R32. Contudo e pela raridade desta última versão, o GTI torna-se mais apetecível e igualmente coleccionável e futuro clássico, encerrando inúmeras novidades comparativamente ao Golf IV.

     O V (cinco) surgiu em Frankfurt, no salão automóvel em Outubro de 2003 e foi colocado à venda imediatamente nos vários mercados a nível mundial, com uma excelente adesão do público. Trouxe clientes à Volkswagen que até então procuravam um modelo utilitário/pequeno-familiar com qualidade acima da média mas ainda assim com um valor acessível. Apesar do Golf V ter plataforma partilhada com o Audi A3 da mesma época, é mais espaçoso a nível de interiores e montava as mesmas motorizações do seu primo alemão, embora com valor de mercado inferior. Teve várias variantes, sendo a versão de 4 portas que tem semelhanças estéticas com o Golf e plataforma independente chamado Jetta e um MPV denominado Golf Plus. Mas aqui o que nos interessa é mesmo o GTI, sigla conhecida mundialmente e que encerra uma verdadeira paixão dos seus aficionados, com grupos dedicados, eventos específicos e um verdadeiro mundo de mercados de peças para alterações mecânicas, estéticas e dinâmicas.

Outra localização, mais «fresca»!

      Quem segue a área do stance certamente já conheceu este Golf das fotos que mostrámos até ao momento. Já teve outras jantes e outras alterações, mas a base sempre foi a que aqui vemos. Exteriormente pouco há a fazer num modelo que de base já tem os acertos estéticos essenciais para ser reconhecido como o automóvel especial que é. Contudo os Golf GTI sempre foram algo comedidos na sua estética, não apostando em apêndices aerodinâmicos exagerados ou entradas de ar sobre-dimensionadas para se fazer anunciar. Pelo contrário, a Volkswagen sempre foi fã da eficiência perante o resto. Um Golf GTI é, até chegarmos mais perto e para o comum dos mortais, um mero Volkswagen, seja em que geração for. Esta quinta geração quebrou com o anterior modelo mais quadrado e apostou num look mais arredondado, aposta essa bem visível até nas óticas traseiras, na forma como as variadas luzes estão dispostas.

       Como qualquer GTI, o logótipo está bem à vista na frente, inserido na grelha de favos de mel, tradição nos modelos desportivos da marca desde este V. Outra tradição, mas esta já desde o primeiro GTI, é a célebre risca na grelha superior que, independentemente da cor exterior do Golf, tem sempre a cor vermelha. Os faróis de xénon são de série nas versões mais equipadas do Golf e aumentam imenso quer a segurança em condução noturna como o aspecto da frente deste V, tornando-a mais premium. Entrando no campo das alterações, vemos (à distância, digamos) o generoso lip inferior da Maxton Design, com dois suportes que fazem lembrar os automóveis de DTM da década de 90; por fim, a zona da matrícula em preto piano faz sobressair a grelha central e combina com as restantes aplicações também no mesmo tom.

      Entre os vários locais por onde passámos, é visível que este Golf vira cabeças, seja pela fantástica cor vermelha perolada (estilo candy red), seja pelo impacto auditivo que o escape faz, principalmente nas reduções, onde não faltam as obrigatórias pops&bangs. Em estrada aberta, o rolar é sereno e até confortável graças à suspensão a ar TA Technix que além de permitir o rebaixamento completo conforme podem ver nas fotografias, facilita o acesso deste GTI a alguns locais, sem dramas e sem deixar o lip pelo caminho. Juntamente à suspensão, a outra alteração mais evidente são as jantes, umas lindíssimas BBS Bipartidas em 19 polegadas que não precisam de grandes apresentações. Por trás destas jantes, temos a travagem Brembo de seis pistões na frente e normais, atrás.

      A aposta no carbono está ganha neste Golf. Os espelhos completam o look desportivo deste Golf e honestamente, ficam mesmo bem em contraste ao vermelho vibrante da carroçaria. Também na traseira a aposta foi num spoiler superior em carbono que acentua o perfil mais desportivo, a par com a dupla ponteira de escape, por onde as pipocas teimam em sair, mesmo em andamento mais sereno, bastando uma desaceleração para ser uma verdadeira «festa» sonora de foguetes com aroma a SC98.

      Como já referimos, o som emanado deste Golf é uma delícia para os ouvidos e o responsável primário dessa banda sonora é o motor de dois litros FSI Turbo de 200 cavalos (mais IVA, obviamente) que ficou mais «picante» depois da intervenção da nossa parceira Underground Division que fez pequenos ajustes eletrónicos neste Golf, contribuindo para uma melhor dinâmica e prazer de utilização do ponto de vista mecânico. Mais potência, melhor resposta do acelerador e uma melhor resposta do motor em qualquer regime são ingredientes que aumentam a vontade de conduzir este GTI em modo de ataque. E as pipocas, as pipocas…

       Aproveitando a sombra do terceiro local escolhido, o polo tecnológico da cidade, descansamos e fazemos umas fotos ao interior. Aqui pouca coisa mudou nas mãos do João. O habitáculo escuro, com muita pele e forro da mesma tonalidade aumenta a noção de qualidade a bordo. Os bancos não são os mais envolventes muito por culpa da pele que não nos «segura» mas apesar de tudo, mantemo-nos no sítio mesmo quando o condutor exibe as suas capacidades de condução ao volante. A consola central é muito semelhante aos restantes Golf V, onde o destaque vai para o sistema multimédia, com a imagem do próprio carro como fundo do ecrã. O volante tem uma excelente pega e a olho nú apenas a insígnia GTI na base do mesmo nos relembra que estamos a bordo do desportivo do modelo Golf.

       Mas a viagem por Coimbra ainda não tinha acabado. Dali rumámos à zona histórica e mais antiga da cidade, onde as universidades, bibliotecas, residências de estudantes são a principal atração. Pelos caminhos empedrados da cidade antiga fomos até à última localização das fotografias, onde uma rua deserta, acabada de alcatroar e à sombra esperava por nós. Honestamente não podíamos pedir melhor final de tarde para esta sessão fotográfica (embora ainda houve algo mais…) e as fotos continuaram a fluir e a serem captadas. Ângulos, cortes de luz, contrastes e jogos de reflexo foram testados e se não fosse o tom dos sinos a anunciar as horas avançadas, ainda hoje lá continuávamos a fotografar este Golf GTI.

      Mais uns quilómetros feitos até ao ponto de partida, a cervejaria Praxis. Depois de um dia de fotografias ao calor, onde os sinais do escaldão já se faziam notar e o cansaço se instalava, nada como provar as cervejas artesanais da Praxis para «matar a sede», digamos. Ficámos apenas pela bebida dourada, mas prometido está uma refeição completa para melhor conhecer não só a carta do Praxis como também a cultura automóvel da cidade que, nos conta o João enquanto apreciamos o «sumo de cevada», é bem interessante e rica em bons exemplares. Fica a promessa feita João, voltaremos!