
Luzes, câmara e… não, não é acção! Falta ainda algo para criar o ambiente certo para escrever este artigo. Damos por nós no nosso “escritório” a procurar na playlist os melhores sons e músicas para nos embalar e nos inspirar. Entre músicas nacionais, estrangeiras, R&B, Pop ou até Rock, lá nos debruçamos sobre o artigo que aqui vos mostramos. Não é fácil encontrar justificação para mostrarmos mais um Mini na All Wheels Photography, no entanto, acreditamos que todos os nossos leitores e seguidores irão gostar de ver este artigo, pelo automóvel em si e claro, pela história que conta.



Os Mini continuam a ter uma legião de fãs. Prova disso é a procura que o modelo tem, mesmo no mercado de usados. A capacidade de personalização, a condução pura e descomplicada e a estética arrojada são os principais factores que atraiem os donos dos Mini. Além de tudo isto, está mais que provado que quem tem um Mini, tem um pedaço da história e faz parte de uma família especial, em que o espírito de união, entreajuda e proximidade continua a ser o mote para os vários convívios que se organizam e aos quais nós iremos com todo o gosto.





No entanto, e apesar de haver factores em comum, este artigo não é sobre um evento. É sobre um Mini, com um formato menos «mini» e mais «maxi», apostando no espaço interior, versatilidade e facilidade de acomodar quatro adultos, numa versão mais familiar e menos radical que a versão de três portas. A Clubman surge em 2007 pelas mãos da BMW num conceito diferente do original. O Mini clássico dispunha de uma versão carrinha mas com denominação Traveller ou Countryman, algo que a BMW não trouxe para a nova geração da carrinha Mini (não adquiriu os direitos sobre esses nomes), embora mantendo alguns dos traços, como o formato mais rectangular e a dupla porta da bagageira. As parecenças acabam aí, com a Clubman (que usa o nome de uma versão do Mini clássico) a ter dupla porta do lado direito (nesta versão) enquanto que a IMA tem apenas duas portas na frente, tal como o pequeno Mini.

Do pilar B para a frente, a Clubman da versão R56 (a versão R50/R53 não teve versão estate) é semelhante aos «irmãos» de 3 portas, sendo a traseira a responsável pela diferenciação dos modelos. A Clubman é 240 mm mais comprida e com 80 mm mais espaço entre eixos, o que resulta numa habitabilidade superior, sendo esse o principal objectivo da BMW ao desenvolver esta versão do «novo» Mini. A acessibilidade à zona de carga é facilitada pelas portas bipartidas (barn doors ou portas de celeiro) que por serem amplas, permite a carga de objectos bastante volumosos. A curiosidade da única porta traseira lateral, do lado direito, foi alvo de críticas principalmente provenientes dos clientes dos países cujos automóveis têm o volante à direita, dado que a porta (clubdoor, marca registada pela BMW) faz com que os passageiros de trás (principalmente crianças) saiam directamente para o eixo de rodagem, diminuindo também a facilidade de acesso aos lugares posteriores.




Com o aspecto compacto tipico dos Mini das novas gerações, esta Clubman salta à vista dos restantes devido ao seu look mais raçudo, fruto do uso de uma suspensão (coilovers VMAXX) que rebaixa o Mini em cerca de 50mm e que ainda aumenta mais o feeling de kart tão comuns nestes automóveis. As jantes de 18 polegadas com uma generosa aba ajudam ao tal estilo mais agressivo e embora castigadas pelo mau tempo que se fez sentir nos minutos antes destas fotos, não perdem brilhantismo e importância neste projecto. Terminada a nossa análise à lateral desta Clubman, passemos à frente. Claramente que o destaque vai para os obrigatórios faróis auxiliares que acreditamos ser daqueles opcionais que nunca ficam mal na frente de um Mini.
À parte disso, a tradicional grelha cromada juntamente com os tais faróis e com os aros dos faróis fogem da normalidade dos restantes Mini da «nossa praça» e mantém o charme das linhas desta Clubman.




Chegando à traseira, não encontramos as tradicionais duas saídas de escape que é habitual para quem modifica uma Clubman com acessórios do Cooper S. No entanto, não perde a classe e o charme que são acentuados pelo enorme terceiro stop. No geral, esteticamente não desilude e é um regalo para a vista e para as lentes das máquinas fotográficas. E aproveitando ainda a pausa da chuva, aproveitamos para espreitar o interior. Sentados lá dentro, a estudar todos os detalhes existentes, sentimo-nos aconchegados, bem recebidos. A envolvência do habitáculo acanhado mas sem se tornar desconfortável ou claustrofóbico (neste caso, o tecto de abrir panorâmico acaba por ajudar), os estofos em pele e toda a panóplia de botões, manípulos e inserções fazem do Clubman (e dos Mini em geral) um automóvel onde se podem fazer quilómetros sem uma única queixa. Bem, pelo menos do ponto de vista do espaço em si, pois o conforto não é brilhante, principalmente por este exemplar se encontrar rebaixado.












No motor, as modificações do 1600 cc do grupo PSA poucas alterações viu. Ajustes electrónicos e melhorias na forma como respira e aspira o ar são essenciais para quem quer retirar do seu automóvel o melhor prazer de condução possível. Esta pequenas alterações juntamente com os tais acertos na suspensão propulsionam esta Clubman para um patamar de eficácia em estrada já próximo das versões desportivas S e SD, permitindo que esta nos tenha acompanhado ao longo dos quilómetros feitos até ao local das fotos.

E… lá começa a chover. Aproveitamos este momento para conversar um pouco com o dono desta Clubman. Gostamos destes momentos, de conhecer quem projecta, quem desenvolve e quem investe no seu automóvel. Conta-nos o dono deste Mini que ter um veículo da marca não estava nos planos. Quando a sua esposa engravidou, a necessidade de um veículo mais espaçoso tornou-se a principal causa para trocar de carro e o facto da mesma gostar da estética e até da irreverência das carrinhas da Mini ajudou à aquisição. Sem a sua esposa saber, o dono desta Clubman encontrou este exemplar mas manteve-o escondido durante alguns dias e após uma limpeza profunda e detalhada, lá fez a surpresa à sua cara-metade.


O que é facto é que os Mini não nos são indiferentes. Gostamos de tudo neles mas principalmente gostamos do que simboliza o emblema, da proximidade que os donos dos Mini têm e da família que se cria em torno de um culto automobilístico. Contamos ver esta Clubman junto dos restantes Mini que já fotografámos e tão bem conhecemos nos vários eventos a que a AWP irá no futuro. Be diferent, be Mini!
