35th Golf GTI

      O outono chegou e com ele chega a época do ano mais fotogénica. Os tons quentes dos finais de tarde, as folhas a cair e os dias mais curtos mas com melhor luz são ideais para as sessões fotográficas que fazemos e tanto gostamos. Este artigo não foi feito nesses dias, mas queremos abrir desde já o apetite para que quem o lê nos contacte para combinar a sua sessão fotográfica. Este artigo foi o último que fizemos durante a nossa promoção do «Tuga Pack», em que oferecíamos um desconto aos nossos clientes que vivem fora de Portugal e que vinham de férias ao nosso país e que de certa forma, queriam eternizar o seu veículo. Acreditamos que estejam a perguntar qual é a relação entre os emigrantes e os Golf’s, dado que são dos modelos mais alterados por eles. Mas… porque não? Este Volkswagen Golf GTI edição comemorativa dos 35 anos da sigla «mágica» da marca tem algumas modificações que são bastante óbvias ao olhar-se para as fotografias colocadas até aqui mas tem mais algumas «coisinhas» que falaremos mais à frente.

     Não precisamos de falar novamente no Golf como modelo da marca alemã. O modelo que está atualmente na sua oitava geração começou como que uma resposta da Volkswagen à necessidade das massas de se moverem para as fábricas, para as empresas e para as escolas, depois do VW Beetle se ter tornado algo obsoleto pelas suas formas redondas. A moda ditava veículos mais quadrados, mais intrusivos nas cidades europeias e claro, mais competitivos perante a ofensiva oriental da Honda e da Toyota. Décadas depois, o VW Golf continua a ser a referência nos pequenos familiares não só pela fiabilidade como pela qualidade de construção e pelo legado da própria marca. Mas como em todos os carros, motas, jipes, há sempre a grande necessidade de tornar único aquilo que sai da fábrica igual para muitos e aí entra a personalização através das modificações.

Uma foto do dono no seu Golf GTI. Mostra bem a ligação entre homem e máquina!

         E neste campo, a receita continua, também à décadas, a ser simples de seguir: jantes, suspensão e detalhes, é o que faz um projecto ser um sucesso. Pode não fazê-lo ganhar prémios em eventos, mas provavelmente faz sorrir o seu dono. Claro que há sempre quem goste de se destacar dessa forma, mas por aqui continuamos a defender a generalidade das coisas e como tal, fotografamos quer o projecto mais simples, quer o mais arrojado e carregado de alterações. Este Golf VI segue uma vertente mais simples mas igualmente atraente ao olhar. O facto de ser preto e conjugar a sua cor com as jantes claras em alumínio ajuda às vistas e quando parqueado, atraí os olhares de quem passa.

      O Bruno, dono deste Golf VI estava no Algarve a passar uns dias das suas suas férias e resolveu vir até Almada numa tarde quente do início de Agosto para que pudéssemos fazer estas fotos. A zona escolhida podem reconhecê-la de uma das nossas sessões recentes ao fantástico M2 do Dani, mas optámos por uma abordagem mais artística quer do carro em si, quer do espaço envolvendo, valorizando e dando destaque aos fantásticos grafittis e murais pintados na zona norte do Mercado da Romeira, espaço que como dissemos anteriormente, foi amplamente remodelado e viu os acessos muito melhorados, resultando numa zona agradável para passear e para beber um cocktail ao final de tarde, arrastando até ao jantar num dos restaurantes do mercado. Com o Bruno não houve essa oportunidade, dado que o esperavam no Algarve mas ficou prometido um convívio da próxima vez que voltar a Portugal.

       Mas vamos a este Golf. Pouco há a dizer dele, podem pensar, até porque já viram imenso até este momento do artigo. Mas temos de, obviamente, mencionar tudo o que o Bruno fez e que lhe dá a oportunidade de figurar na secção dos projectos do nosso site. O mais óbvio, diríamos, é mesmo a suspensão. Quando o vemos chegar, até pensamos que vem baixo e que rola com suspensão estática mas é quando estaciona quem este Golf mostra a sua raça, encostando os «peitos» ao chão, bem visível nas fotos de frente e nas de perfil. Para isso, o Bruno recorreu a uma combinação de marcas, nomeadamente: suspensão AirLift 3p com 3h com sensores independentes em cada roda e bags da Bilstein com HP Drivetech, uma boa combinação entre performance, manutenção e eficácia. Andar baixo faz parte do estilo e até se torna confortável neste Golf, talvez devido à combinação escolhida. E quando surge aquele obstáculo ou estradas menos bem mantidas, é só carregar no botão…

     Para o estilo desportivo e estética consensual, o Bruno não inventou, até porque o modelo GTI já tem determinados componentes e acertos visuais que já o ajudam a destacar-se. Os lips no pára-choques, o difusor mais pronunciado, a dupla ponteira de escape e as saias laterais mais evidentes são apenas alguns dos detalhes que a Volkswagen faz questão de manter exclusivos apenas destes modelos, embora com este modelo tenham surgido os GTD e os GTE, que montam pára-choques semelhantes, mudando apenas alguns detalhes, mas usando elementos gerais aos referidos «topos de gama». A grelha em favo de mel e os faróis de nevoeiro ao alto são alguns dos exemplos de transversabilidade entre modelos. Não é que incomode, mas um GTI deve ser diferente dos demais, pela importância que a sigla tem e ostenta no mundo. Não é por acaso que é das três letras que mais aficionados junta em clubes, grupos online e eventos um pouco por todo o planeta.

     Escrevemos anteriormente sobre a suspensão e agora destacamos as jantes. Da marca ESR SR09 em 18 polegadas por 8,5 de largura, são o complemento certo neste projecto, ao juntar elegância e desportividade à estética mais agressiva do GTI. Bem colocadas dentro das cavas de roda, fica a saltar à vista (e às nossas lentes) os detalhes dos pipos, com o formato de uma granada, pintados em vermelho, da mesma tonalidade que o cofre do motor (já lá iremos) e das pinças de travão. Além das jantes, por fora temos ainda as óticas originais com fundo preto, um trabalho artesanal que deu bastante que fazer mas cujo resultado final, neste conjunto, é magnifico, mantendo a temática «escura» de todo o projecto. Por fim e dado que as jantes de 8,5 polegadas são um passo abusado (felizmente), as cavas das rodas da frente tiveram de ser alargadas (com o trabalho todo feito de forma manual mas perfeita) cerca de 2,5 cm!

      Por dentro é um GTI sem floreados, sem baquets chamativas ou carbonos em excesso. Não é que o carbono alguma vez esteja em excesso, mas aqui a temática é simplicidade. Temos bancos confortáveis, em pele e alcântara, personalizados com o logo 35 (alusivo ao 35º aniversário da sigla GTI), temos a manete da caixa de velocidades DSG a imitar a bola de Golf, também já característico destes modelos, um sistema de infotainement com navegação mais que suficiente para o uso deste Golf e um volante bonito, de base plana e óptima pega. Não nos interpretem mal, pois acreditamos que depois de lerem estas frases achem que estamos a fazer «pouco» do interior deste GTI mas o que queremos dizer é que a simplicidade acaba por ser bonita e este interior é uma lufada de ar fresco perante os que temos tido oportunidade de fotografar. Menos detalhes permitem-nos olhar para o todo e apreciar melhor o que temos para fotografar. E é agradável o habitáculo, confortável e com qualidade, tudo isto digno da marca Volkswagen.

         E andamento? Sim, temos bastante andamento para continuar a escrever mas não é a esse que nos referimos. Um GTI já tem pedalada que chegue, fruto do motor 2.0 Turbo que continua a fazer as delícias dos fãs do modelo mas o Bruno sentiu que havia ali muito poder escondido e optou por «aperfeiçoar» um pouco mais os números de fábrica. Recorreu à APR para a afinação electrónica com stage 1+ e colocou-lhe uma admissão HG-Motorsport, bobines do Audi R8 com velas NGK e uma linha directa com a panela final da APR, algo que só nos apercebemos quando o ouvimos rosnar em rotações mais altas. Ao relantim, não emite um som intrusivo e abusivo, mas sim rouco e até um pouco abafado. Mas assim que se carrega no pedal direito, há um «tossir» que lhe solta a voz, tal como quando um tenor limpa a garganta antes do concerto. E o que seria de um GTI se o seu soar não fosse intimidante?

As fotografias saiem com naturalidade com estes tons bronze do final do dia.

        O final de tarde voou entre os dedos e pouco tempo houve para se falar de planos futuros, mas percebemos que passa muito pela manutenção, recuperação da pintura e detalhes. Como vêm pelas fotografias, nem tempo houve para grandes lavagens e confessamos aqui que temos tido um certo encanto em fotografar os carros conforme eles são utilizados. Sem detalhes, sem lavagens profissionais, ressalvando aquilo para que os carros foram feitos: andar, distribuir sorrisos a quem os conduz e a quem os vê e claro, criar memórias, entrando nós neste último momento. Mas claro, um carro bem cuidado e mantido é um carro para a vida e é por isso que também temos contado com os nossos parceiros que podem consultar na secção das Parcerias, no nosso site. Vemos o Bruno afastar-se com o seu GTI rumo ao sul do país, acompanhado de um pôr-do-sol que só o nosso país pode oferecer e ficamos a sentir-nos um pouco nostálgicos por pensarmos (agora, enquanto escrevemos este artigo), que o verão acabou. Mas venha o outono, que conforme escrevemos no início deste artigo, trás tanto de desafiante como de bonito. Book us.